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sábado, 7 de abril de 2012

A UTILIZAÇÃO DOS CONTOS DE FADAS PARA O TRABALHO COM OS VALORES MORAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL


Os contos de fadas são livros eternos que encantam as crianças e podem ser apresentados de diversas maneiras, de acordo com a criatividade e disponibilidade de cada educador para realizar essa atividade. É fundamental que o educador utilize várias formas de leitura para que as crianças se envolvam com esse momento que é tão importante para seu desenvolvimento. O educador pode utilizar, além da leitura oral, as gravuras e dramatizações com fantoches.  Dependendo da faixa etária, é possível apresentar o início e o meio das histórias, deixando-as imaginarem o final. Dessa maneira, a criança estará desenvolvendo sua criatividade, despertando a curiosidade, expressando sentimentos, desenvolvendo o raciocínio e trabalhando a memória.
Segue abaixo um quadro com os aspectos que devem ser levados em conta para conseguir um melhor envolvimento das crianças na hora da história.

Faixa Etária
Histórias
Ilustrações
Recursos

1 a 2 anos
(berçário)

Histórias rápidas e curtas.

Com gravuras atrativas e simples.
Fantoches, livros de pano, plástico ou cartonado para melhor manuseio das crianças.


2 a 3 anos
(maternal)
Histórias rápidas, simples, aproximando-se as vivências das crianças.

Gravuras grandes e com poucos detalhes.
Fantoches e os livros de papel já podem começar a serem apresentados.

3 a 6 anos
(infantil e 1° ano)
Devem conter um enredo próximo ao cotidiano familiar das crianças.
Com texto escrito ou não, predominando mais as imagens.
A fantasia, a máscara pode ser uma maneira de envolver ainda mais as crianças na história.

6 e 7 anos
(1°ano/alfabetização)
Explorar o som das palavras, com frases simples, sem longas construções.
Ilustrações devem integrar-se ao texto, possibilitado ainda mais o gosto pela história.
Como são crianças maiores, pode-se trabalhar a imaginação, o tom de voz, a fantasia.

Granadeiro (2003) enfatiza que:

Nos primeiros anos da infância, a garotada assimila mais facilmente enredos que tenham crianças como personagens ou animais com características humanas, como fala e sentimentos. Dos 3 aos 6 anos, as histórias devem abusar da fantasia com reviravoltas freqüentes na trama. A partir dos 7, valem as aventuras e histórias mais elaboradas. (p. 456).

O educador pode trabalhar com as histórias infantis, de maneira que as crianças ampliem sua imaginação e compreensão do mundo, tornando-se uma atividade pedagógica prazerosa, interessante, criativa e muito atraente. Para Bettlheim (1979) as histórias não devem ser jogadas de qualquer maneira para as crianças. É necessário um preparo, um contexto e, principalmente tempo para que a criança “absorva” a história.
O contar história deve ser uma atividade prática, diária e constante na sala de aula, acompanhada de algumas estratégias e técnicas para prender a atenção das crianças, fazendo com que a atividade seja bem mais proveitosa. Ainda nesse processo de contar história, existe outra característica muito importante, a conversa com as crianças antes de começar a contar, evitando as interrupções. Essa conversa não deve ser longa, só o tempo necessário para que as mesmas se predisponham a escutar a história.
Antes de tudo, é fundamental que o educador ao recontar a história ou algum trecho que não ficou claro para as crianças, não faça nenhuma mudança no enredo, por menor que seja, pois a criança pode cobrá-lo de que omitiu ou esqueceu algum detalhe.
Vinha (2003) sugere alguns passos em que o educador pode se pautar ao trabalhar com as histórias:
·         Escolher com antecedência os textos;
·        Recriar o texto na linguagem oral;
·        Elaborar questões semi-estruturadas, visando provocar uma reflexão na sala;
·        Buscar recursos pedagógicos para o ato de contar histórias;
·        Conversar antes sobre os personagens;
·     Relatar os textos com naturalidade, expressando emoções pela voz e com um tom de voz definido, ou seja, o timbre de voz varia conforme o personagem e conforme a emoção que deve ser passada;
·        Auxiliar as crianças a identificarem todos os pontos de vista dos personagens;
·    Apresentar contra-argumentações que as levem a refletir sobre suas posições e é importante estimular as crianças a expressarem diferentes opiniões sobre o assunto, utilizando perguntas como: “Quem pensa a mesma coisa?”; “Alguém tem alguma questão a fazer?”; “Alguém pensa diferente...?”, entre outras.
“Uma criança que, desde pequena esteja acostumada a discutir, refletir, emitir e justificar sua opinião, confrontando-a com a dos outros, sem medo de errar, com certeza, será um indivíduo muito mais crítico, atuante e autônomo, do que aqueles que estão acostumados a receber as “verdades” elaboradas vindas de fora” (VINHA 2003, p.476).

Os contos de fadas giram em torno de elementos que facilitam a imaginação e a memorização das crianças. “Era uma vez...”; fadas madrinhas; reis e rainhas; heróis, entre outros personagens com nomes ou apelidos.
"Brincando com a fantasia a criança constrói uma ponte no tempo, repetindo o passado, vivendo o presente e projetando o futuro, transitando entre o mundo inconsciente e a realidade, pois fantasia e realidades se complementam” (EMERIQUE, 2003, p. 18).

De acordo com Piffer (2008) o conto promove o desenvolvimento da criança, motivando-a a ser generosa e solidária, fazendo-a compreender que nem sempre as pessoas são boas e que nem sempre as situações são agradáveis. Por consequência, desperta seu senso crítico, fazendo-a refletir entre o pensar e o agir, entre o certo e o errado. 
A autora também ressalta que a essência do conto de fadas é abstrair conceitos formadores de caráter, uma vez que estabelece relação entre “bem e mal”, “certo e errado”. Seus valores são inúmeros: respeito, bondade, justiça, amizade, amor, franqueza, humildade, diferença, etc. A formação moral das crianças ocorre quando fazem uso da reflexão sobre os contos de fadas, distinguindo as atitudes das personagens e construindo as suas próprias, alicerçando sua formação moral.




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